Amparado por muletas, o jogador chegou à sala de entrevistas acompanhado pelo médico santista Maurício Zenaide, que explicou como foi a lesão. A torção rompeu o ligamento interno do tornozelo e provocou um extenso rompimento da membrana que junta os dois ossos da perna, próximos ao tornozelo: a tíbia e a fíbula. O jogador será operado possivelmente no próximo sábado (os médicos ainda não decidiram a data) e passará até quatro meses afastado do futebol.
- Na hora, pensei que eu tinha quebrado a perna. Mas quando o médico falou, no vestiário, que era uma torção apenas, eu passei a acreditar que poderia me recuperar a tempo. Só hoje (quarta-feira) pela manhã é que eu soube que precisaria operar não daria para jogar o Mundial - afirmou o jogador.
O volante santista se mostrou mais abalado no momento em que lhe foi perguntado sobre o duelo que poderia protagonizar com Messi.
- Eu vinha pensando nisso há muito tempo, trabalhando, preparando a minha cabeça. Mas nada na vida acontece por acaso. Vou trabalhar forte para voltar ainda melhor no ano que vem.
Adriano vivia o melhor ano de sua carreira. Discreto, sempre longe da badalação, o jogador, de 24 anos, formado pelas categorias de base do Peixe, se tornou homem de confiança do técnico Muricy Ramalho. Atuando como um “cão de guarda” da defesa santista, teve atuação destacada na conquista da Taça Libertadores. Nada mal para quem costumava encabeçar listas de dispensa. Chegou a ser emprestado para o São Caetano, no ano passado, poder se manter em atividade.Voltou ao clube neste ano e caiu nas graças do chefe.
- É uma notícia muito triste, pois eu estava num momento muito bom. Por sorte, tenho uma família ótima, que vai ficar ao meu lado e me apoiar. Tinha a esperança de que poderia jogar o Mundial, pois nunca pensamos no pior. Infelizmente, não vai dar. Só me resta trabalhar para voltar bem em 2012 e torcer pelos meus companheiros no Mundial.
Adriano diz que gostaria de acompanhar a delegação ao Japão, mas isso não deverá acontecer, já que ele vai iniciar o trabalho de fisioterapia logo após a cirurgia.
Lesão incomum
Segundo o médico Maurício Zenaide, o tipo de torção sofrida por Adriano não é comum. As travas da chuteira prenderam no gramado e seu pé ficou para fora na hora do entorse. Normalmente, o pé gira para dentro nesse tipo de acidente.
- Por isso, houve uma extensa ruptura da membrana que liga os dois ossos da perna. É um tipo de lesão muito pouco comum na prática diária. Não houve fratura, mas uma lesão importante do ligamento deltoide, o que causa muita instabilidade. Chegamos à conclusão que é um caso cirúrgico. Consultamos dois especialistas em tornozelo e ambos concordaram com a nossa opinião. Nós queríamos fazer de tudo para que o Adriano não precisasse ser operado e pudesse colaborar conosco no Mundial. Mas será impossível.
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