Ser o número 1 do estado é um status que o São Paulo não alcança faz tempo. O Tricolor foi campeão paulista pela última vez em 2005, coincidentemente sob o comando de Emerson Leão que, agora em 2012, tenta recolocar o time no caminho dos títulos. Desde que levantou o tricampeonato brasileiro em 2006, 2007 e 2008, a equipe do Morumbi vem acumulando erros no seu planejamento, que se refletem em insucessos e vexames dentro de campo.
O pior momento foi registrado no ano passado, quando o time foi eliminado na semifinal do estadual pelo Santos, foi despachado da Copa do Brasil pelo Avaí (que viria a ser rebaixado no Campeonato Brasileiro), deixou a Copa Sul-Americana após perder para o modesto Libertad-PAR e terminou o nacional fora da zona da Libertadores. No fim, sobraram acusações até do presidente Juvenal Juvêncio de que faltou vontade para que a equipe conquistasse algo de relevância.
Para corrigir a rota em 2012, o primeiro passo foi assegurar a permanência de Leão, que foi isentado pela diretoria do péssimo desempenho no Campeonato Brasileiro - ele assumiu o time no fim do torneio e o dirigiu em apenas sete jogos.
O passo seguinte foi promover uma profunda reformulação no elenco. Até o momento, sete jogadores foram embora: Xandão (Sporting-POR), Dagoberto (Internacional), Rivaldo (não teve o contrato renovado), Jean (Fluminense), Carlinhos Paraíba (Omiya Ardija-JAP) e Marlos (Metalist-UCR). Henrique está com um pé no Queens Park Rangers-ING, Juan pode ir para o Santos e Cleber Santana também não ficará.
Em compensação, chegaram ao clube seis reforços: os zagueiros Paulo Miranda e Edson Silva, o volante Fabrício, o lateral-esquerdo Cortês e os meias Maicon e Jadson - a maior contratação do ano.Além dos reforços, Leão aposta todas as suas fichas no desempenho de três jogadores em especial: Rogério Ceni, Lucas e Luis Fabiano. O goleiro inicia o que pode ser a última temporada de sua vitoriosa carreira, que já dura 21 anos. O meia, após um ano de amadurecimento na equipe profissional, carrega a esperança do torcedor e a pressão de ter de mostrar serviço para deixar de ser apontado como uma promessa para virar realidade. Já o atacante, após três anos seguidos sofrendo com lesões, enfim conseguiu fazer uma pré-temporada desde o início.
Totalmente recuperado das contusões sofridas em 2011 e 100% preparado, o Fabuloso espera justificar todo o investimento feito pela diretoria e, assim, comemorar o seu segundo título pela equipe do Morumbi - o primeiro foi o Rio-São Paulo em 2001. É um novo ano, uma nova equipe e tem tudo para dar certo. Aos poucos as coisas vão se encaixar e vamos brigar por tudo. Para iniciar bem, o melhor jeito é lembrar onde errou em 2011 para não repetir agora - afirmou Lucas, ao falar sobre sua expectativa para o ano.
Na opinião do meio-campista, não há espaço para novos tropeços.
- É preciso entrar com tudo porque os adversários vão dar trabalho. O Corinthians vem forte depois de ter conquistado o Brasileiro, assim como o Santos que em 2011 ganhou o Paulista e a Libertadores. O Palmeiras, apesar de enfrentar algumas dificuldades, é um adversário que merece todo o respeito. Além dos grandes, sempre tem uma equipe do Interior que aparece, surpreende e dá trabalho - ressaltou.Apesar do torneio não ter o mesmo glamour de antigamente, Emerson Leão se diz um apaixonado pelo estadual, competição que disputou como goleiro de Palmeiras e Corinthians. E sabe da responsabilidade que tem no comando do São Paulo.
- É ótimo, adoro disputar esse torneio, gosto dos regionais, é um campeonato motivante, prepara e decide o futuro do ano. O São Paulo tem que correr atrás e muito. O último vencedor (Santos) precisa se manter esperto para seguir no pódio - disse Leão.
- É o campeonato mais difícil do país, mas é muito gratificante. Minha responsabilidade é maior porque fui o último campeão no Sâo Paulo. Entendo a importância e tenho certeza de que os jogadores compartilham da mesma opinião - emendou o treinador.
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