- A voz dele é mais forte que a minha (risos). Mas é natural, nada forçado. Se tiver que gritar Magal, sem problemas. Estou vindo de uma cirurgia de garganta que fiz há um mês e espero ficar com a voz igual à dele, vamos ver – afirmou Junior Lopes, ao ser questionado com bom humor sobre os gritos de Lopes com o lateral-direito Maricá, no Vasco.Como Vanderlei Luxemburgo está em Sucre com o grupo de 16 jogadores que faz aclimatação para a pré-Libertadores, dia 25, contra o Real Potosí, caberá a Lopes Junior comandar o time ao lado de Jaime de Almeida.
- É bem gratificante, mesmo que por um jogo só. Procuro não pensar muito nisso, o mais importante é o clube, nossa semana foi bem tranquila. Lógico que tem o lado pessoal, você para e pensa: “vou ser treinador do Flamengo”. Isso é legal para o seu ego, mas tem que deixar de lado e vivenciar o momento para dar o melhor para o clube – disse Junior Lopes, desprovido de qualquer vaidade.
Muito mais do que o timbre de voz, Antônio Lopes foi a referência do filho no futebol.
- Meu pai é minha maior escola na vida. Ainda moleque, gostava de ir à preleção. A vivência do vestiário é uma coisa muito legal. Lembro que para mim era normal conversar com Zico, Roberto (Dinamite), Bebeto, Romário. Sou um produto do meio. Mas, além do meu pai, tem o Vanderlei (Luxemburgo), Paulo Campos, Cuca, Márcio Araújo, também aprendi muito com eles – afirmou Junior Lopes.
Durante a semana, Junior Lopes orientou muito os jogadores. Gritou, mas sempre com respeito. E exigiu do grupo. Antes de ser auxiliar de Vanderlei Luxemburgo, ele já foi treinador de equipes de menor porte. E tem um extenso currículo.Com 18 anos, entrei na faculdade de Educação Física, segui minha vida para professor e depois treinador. Comecei a trabalhar com futebol em 96, já vou para 16 anos de carreira. Passei pelo juniores do Botafogo e Vasco, ainda como auxiliar. Fui treinador do mirim do Vasco por três anos, depois técnico do juniores do Bangu por um ano. A partir de 2000, comecei a pegar profissional, seleção brasileira sub-17 e também fui técnico do Olaria, Bangu, CSA e Iraty. As coisas estão bem legais na minha carreira. Aos poucos, a gente chega lá – destacou Lopes Junior.
E foi aos poucos que, ainda adolescente, ele pegou por conta própria um caderno, caneta, observou um time que seria adversário da equipe comandada por Antônio Lopes e rabiscou suas primeiras observações.
- Desde os seis anos já acompanhava meu pai. A primeira equipe que ele dirigiu foi o Olaria, a partir de 1980. Dali, já comecei a gostar, ir junto com ele nos treinamentos. Fui mascote do Olaria, do América, Vasco, seleção do Kuwait. Minha vida sempre foi o futebol. Meu pai teve até outra profissão, que era delegado de polícia, mas eu nunca gostei. Quando tinha 14 para 15 anos comecei a direcionar para a carreira. Nos Emirados Árabes, meu pai estava trabalhando em Dubai, no Al Wasl. Do nada eu fui a um jogo, do Al Nasr, que seria o próximo adversário. O campo era bem pertinho da nossa casa, cinco minutos a pé. Fui por minha conta, sem ele pedir, observei o Al Nasr, fiz um relatório à mão, mostrei, e ele gostou. Comecei a querer ser treinador, direcionar minha vida para isso – afirmou.
Mais do que uma história das arábias é uma vida dentro do futebol. De pai para filho, a vontade de vencer corre nas veias. E na garganta. “Magaaaal” que se cuide.
Nenhum comentário:
Postar um comentário